Você já ouviu falar em lipedema? Muitas pessoas confundem essa condição com obesidade ou retenção de líquidos, mas na verdade ela é uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente mulheres, causando dor, acúmulo desproporcional de gordura e grande impacto na qualidade de vida.
Neste artigo, vou te explicar o que é o lipedema, como ele se relaciona com a inflamação crônica, quais são os sintomas, e principalmente: como a alimentação e o estilo de vida podem ajudar no controle dos sintomas.
Antes de tudo: você sabe o que é inflamação?
A inflamação é um mecanismo natural de defesa do nosso corpo. Ela é essencial à vida e tem como objetivo proteger, reparar e restaurar os tecidos após uma agressão, seja ela causada por lesões, infecções, toxinas ou outros fatores.
Inflamação aguda: o lado protetor da inflamação
A inflamação aguda é uma resposta rápida, temporária e localizada. Por exemplo: quando você machuca a pele, é comum que ela fique vermelha, quente, inchada e dolorida e esses são os sinais de que o seu corpo está ativando o sistema imunológico para reparar os danos sofridos. Esse tipo de inflamação é fundamental para a cicatrização e recuperação, geralmente se resolve em poucos dias, à medida que o corpo se recupera.
Quando a inflamação deixa de ser benéfica?
O problema da inflamação surge quando esse processo não se desativa adequadamente e se prolonga por semanas, meses ou anos. A isso chamamos de inflamação crônica.
A inflamação crônica pode acontecer por diversos motivos:
- Infecções persistentes
- Contato frequente com agentes tóxicos (álcool, cigarro, poluição)
- Estilo de vida sedentário
- Alimentação rica em ultraprocessados
- Sobrepeso e obesidade mantidos por longos períodos
- Doenças autoimunes
Essa inflamação prolongada gera um estado constante de “alerta” no organismo e pode agravar ou contribuir para doenças como:
- Diabetes tipo 2
- Hipertensão
- Doenças cardiovasculares
- Alguns tipos de câncer
- Lipedema
O que é lipedema?
O lipedema é uma condição crônica, progressiva e inflamatória que causa o acúmulo anormal de gordura principalmente em coxas, quadris, glúteos, panturrilhas e braços, geralmente de forma simétrica.
Diferente da obesidade comum, o lipedema:
- Não é causado apenas por excesso de calorias
- Não responde de forma significativa apenas à dieta e ao exercício
- Causa dor, hematomas frequentes, sensibilidade ao toque e retenção de líquidos
- Pode limitar a mobilidade e gerar sofrimento físico e emocional
Ele costuma piorar com alterações hormonais (como puberdade, gestação e menopausa) e é frequentemente subdiagnosticado e muitas mulheres passam anos sem entender a razão do desconforto.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do lipedema deve ser feito por médicos especialistas, como angiologistas e cirurgiões vasculares. Ele é clínico, baseado em:
- Distribuição do acúmulo de gordura
- Histórico familiar
- Sensibilidade ao toque
- Sintomas associados (dor, inchaço, hematomas)
- Exames de imagem para descartar outras causas
Lipedema x Celulite: não confunda!
Embora ambos possam afetar a estética e envolver o tecido adiposo, são condições diferentes:
Lipedema | Celulite (Lipodistrofia ginoide) |
Doença inflamatória crônica | Alteração estética comum |
Causa dor e hematomas | Sem dor ou hematomas |
Distribuição desproporcional e simétrica de gordura | Pequenas irregularidades na pele (ondulações) |
Não melhora apenas com mudanças no estilo de vida | Pode melhorar com alimentação, exercício e cuidados locais |
Associada à inflamação e má circulação linfática | Associada a hormônios, genética e estilo de vida |
A celulite atinge até 95% das mulheres após a puberdade e é influenciada por fatores hormonais, genéticos e circulatórios, mas não é uma doença.
Alimentação e lipedema: o papel da nutrição na inflamação
A boa notícia é que, embora o lipedema não tenha cura, há como aliviar seus sintomas e melhorar muito a qualidade de vida e a nutrição é um dos pilares fundamentais desse cuidado!
Recomendações nutricionais:
- Priorize alimentos in natura e minimamente processados;
- Evite alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sódio e gordura saturada;
- Consuma mais frutas, verduras, legumes, leguminosas, sementes e grãos integrais;
- Inclua proteínas magras (peixes, frango, ovos) e gorduras boas (azeite, abacate, oleaginosas, peixes gordurosos);
- Beba ao menos 2 litros de água por dia — a hidratação é essencial para o sistema linfático.
Além da alimentação, o tratamento do lipedema pode incluir:
- Exercícios físicos regulares e adaptados
- Drenagem linfática manual
- Uso de meias de compressão
- Cuidados com a pele
- Acompanhamento psicológico, se necessário
- Cirurgia (em casos específicos)
Procure ajuda especializada!
Se você sente dor nas pernas, tem acúmulo de gordura desproporcional que não melhora com dieta e exercício, ou nota hematomas com facilidade, isso não é normal. Pode ser lipedema e não é frescura, nem estética, é saúde!
Um acompanhamento nutricional pode ajudar não só no alívio dos sintomas, mas também na redução da inflamação crônica, no controle de peso e na melhora da sua disposição e autoestima.
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